sábado, 31 de outubro de 2015

A história do Haka e uma animação para aprender a fazê-lo


Não é uma dança de guerra, é um ritual cerimonial que tem toda uma história. Quem viu de perto o Haka dos All Blacks diz que não mete medo. Preparámos uma animação para que possa treinar em casa. São 23 homens vestidos de preto e cada um a esforçar-se por fazer caretas de mau, de quem não quer o bem de ninguém. Quase todos têm os olhos esbugalhados, e cerram a testa, alguns até esticam a língua boca fora. Estão alinhados em forma de “v” e no meio há um que se destaca. É o líder, o primeiro que se põe a gritar frases em maori, língua pronunciável e entendível apenas para quem o rodeia. Os outros vão-lhe respondendo aos berros, timbre grave, enquanto usam as palmas das mãos como armas, batendo-as com fúria nos braços e pernas. Parecem estar irritados, fulos da vida, com ganas de destruir algo. É um ritual que dura à volta de um minuto e quem o vê de perto é suposto que, logo a seguir, vá jogar râguebi contra homens em aparente fúria. O cenário chega para meter medo, mas Pedro Leal não se lembra de o sentir. Era um dos portugueses que, em 2007, se teve de alinhar a metros dos neozelandeses, já depois de ter cantado o hino nacional e pouco antes de jogar contra os All Blacks. “É uma sensação única. Andámos tantos anos a ver aquilo pela televisão e de repente tínhamo-lo à nossa frente”, conta, quase ainda sem acreditar. Passou rápido, a “sensação foi brutal” e diz que acabou por “dar mais pica e motivação” aos Lobos do que à Nova Zelândia. Receio nunca o chegou a ter, garante, talvez porque lhe sobrava o entusiasmo de estar a presenciar o Haka: “É giro, porque ficamos sem saber para quem olhar, se para um se para todos. Eles olham nos olhos, nem sei quem estava a olhar para mim. Tentei fixar o olhar em alguém e aproveitar o momento” (Observador)


Sem comentários:

Enviar um comentário