Manter uma pequena história em segredo é difícil, mas manter uma mentira
ocultada por milhares de pessoas ao longo dos anos é absolutamente impossível,
porque um dos conspiradores vai, mais tarde ou mais cedo, ceder e revelar a
verdade. Esta é a conclusão a que chegou um grupo de cientista da Universidade
de Oxford. Num estudo publicada no jornal "Plos One", a equipa liderada
por David Grimes pondera três fatores essenciais para verificar se os teóricos
da conspiração têm razão ou não: os números de conspiradores envolvidos, o
tempo que passou e a probabilidade intrínseca de uma conspiração falhar. Aplicando estes vetores a grandes teorias da conspiração, os cientistas
acreditam que se a alunagem da missão Apollo 11 tivesse sido forjada pela Nasa,
tal facto teria sido revelado em 3, 7 anos. Neste caso, seria necessário que,
até hoje, as 411 mil pessoas que trabalhavam na Nasa na altura tivessem
conseguido manter segredo. Para que a mentira durasse mais de 50 anos, como é o
caso, só 251 pessoas poderia ter conhecimento dele.
No caso da alegada farsa das mudanças climáticas, que envolve 405 mil
pessoas - entre cientistas e outros trabalhadores de diversas instituições -, a
mentira também teria perna curta, com um tempo de vida de cerca de três anos e
três meses.
Sobre estas e outras teorias da conspiração, como a que liga o autismo à
vacinação, o responsável pelo estudo afirma que, muito provavelmente, já teriam
sido reveladas até ao momento. Para construir a fórmula, Grimes calculou a probabilidade intrínseca das
conspirações falharem recorrendo a três casos genuínos. Entre eles, o programa
de vigilância a cidadãos norte-americanos divulgados por Edward Snowden, que
foi revelado em seis anos e envolveu 36 mil pessoas.
"Os métodos matemáticos que usei neste artigo são similares aos que
usei antes na minha pesquisa académica em física de radiação", afirmou à
BBC o responsável, garantindo que a equação alcançada usa um cenário otimista
para os conspiradores: assume que as pessoas são boas a guardar segredos e que
não existem investigadores externos a tentar desvendar a verdade (aqui)
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