quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Judeus e palestinos fazem ‘beijaço’ contra proibição de livro em Israel



Jovens palestinos e judeus promoveram um "beijaço" para protestar contra a proibição de um livro no ensino médio de Israel. O vídeo, promovido pela revista Time Out, mostra casais heterossexuais e gays formados por palestinos e judeus se beijando. O filme é mais uma reação entre as muitas que criticaram a proibição do livro "Gader Jayá" (traduzido ao inglês como "Borderlife"), da escritora Dorit Rabinyan.

A obra narra a relação de amor de uma mulher judia com um homem palestino e foi proibida, no início de janeiro, de ser usada na grade curricular pelo Ministério da Educação israelense, sob a justificativa que o livro "encoraja a assimilação". A proibição motivou uma onda de protesto nas redes sociais contra o ministro da Educação, Naftali Bennett, líder do partido nacionalista religioso Lar Judaico. "Comprei hoje vários livros. Acredito que é o livro que atualmente deve ser entregue aos alunos e alunas", escreveu em sua página do Facebook o chefe da oposição e líder trabalhista, Isaac Herzog, estimulando a população a comprá-lo.

Centenas de atores, publicitários, escritores e intelectuais em geral, assim como políticos e educadores, se manifestaram contra o boicote que o Ministério impôs ao romance de Dorit Rabinyan, escritora e roteirista de conhecida trajetória local. O livro conta a história de uma tradutora israelense e um artista palestino que se apaixonam em Nova York e que veem como seu amor resiste a apagar-se quando ambos devem retornar a Tel Aviv e Ramala, e enfrentar a crua realidade política da região.

Ganhadora de vários prêmios locais e muito mais produtiva em sua juventude que na idade adulta, Rabinyan tinha passado quase despercebida com seu último livro até que vários professores de literatura hebraica pediram ao ministério para inclui-lo na lista de recomendados para os níveis avançados do ensino médio. Os membros da comissão acadêmica pertinente lhe deram o selo de apto, mas dois altos funcionários do ministério consideraram que era inadequado e ordenaram que o título fosse apagado da lista, contando com o apoio do ministro. Entre os argumentos, o Ministério informou que é preciso preservar "a identidade e a herança dos estudantes em cada coletivo social", ao mesmo tempo em que reforçava que as "relações íntimas entre judeus e não judeus ameaçam a separação de identidades", de acordo com o jornal Haaretz (Veja)


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