Jovens palestinos e judeus promoveram um
"beijaço" para protestar contra a proibição de um livro no ensino
médio de Israel. O vídeo, promovido pela revista Time Out, mostra casais
heterossexuais e gays formados por palestinos e judeus se beijando. O filme é
mais uma reação entre as muitas que criticaram a proibição do livro "Gader
Jayá" (traduzido ao inglês como "Borderlife"), da escritora
Dorit Rabinyan.
A obra narra a relação de amor de uma mulher
judia com um homem palestino e foi proibida, no início de janeiro, de ser usada
na grade curricular pelo Ministério da Educação israelense, sob a justificativa
que o livro "encoraja a assimilação". A proibição motivou uma onda de
protesto nas redes sociais contra o ministro da Educação, Naftali Bennett,
líder do partido nacionalista religioso Lar Judaico. "Comprei hoje vários
livros. Acredito que é o livro que atualmente deve ser entregue aos alunos e
alunas", escreveu em sua página do Facebook o chefe da oposição e líder
trabalhista, Isaac Herzog, estimulando a população a comprá-lo.
Centenas de atores, publicitários, escritores
e intelectuais em geral, assim como políticos e educadores, se manifestaram
contra o boicote que o Ministério impôs ao romance de Dorit Rabinyan, escritora
e roteirista de conhecida trajetória local. O livro conta a história de uma
tradutora israelense e um artista palestino que se apaixonam em Nova York e que
veem como seu amor resiste a apagar-se quando ambos devem retornar a Tel Aviv e
Ramala, e enfrentar a crua realidade política da região.
Ganhadora de vários prêmios locais e muito
mais produtiva em sua juventude que na idade adulta, Rabinyan tinha passado
quase despercebida com seu último livro até que vários professores de
literatura hebraica pediram ao ministério para inclui-lo na lista de
recomendados para os níveis avançados do ensino médio. Os membros da comissão
acadêmica pertinente lhe deram o selo de apto, mas dois altos funcionários do
ministério consideraram que era inadequado e ordenaram que o título fosse
apagado da lista, contando com o apoio do ministro. Entre os argumentos, o
Ministério informou que é preciso preservar "a identidade e a herança dos
estudantes em cada coletivo social", ao mesmo tempo em que reforçava que
as "relações íntimas entre judeus e não judeus ameaçam a separação de
identidades", de acordo com o jornal Haaretz (Veja)
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