Já foi o "Rei dos Bons Tempos". Agora, é o principal alvo de 17 bancos, que ficaram a arder com as dívidas da companhia aérea falida de Vijay Mallya. “Estou a ser perseguido pelos meios de comunicação no Reino Unido. Infelizmente, não procuraram no sítio certo. Não vou falar com os meios de comunicação, por isso, não percam o vosso tempo.” O perseguido é Vijay Mallya, fundador da companhia aérea indiana Kingfisher Airlines, já falida, e o aviso foi publicado na sua conta do Twitter.
A perseguição de que fala é uma história bem mais longa. O magnata indiano, de 60 anos, já foi conhecido como o Rei dos Bons Tempos. Agora, é o ódio de estimação de 17 bancos a quem deve mais de 1,3 mil milhões de dólares (à volta de 1,1 mil milhões de euros), dívidas que ficaram por pagar em 2012, quando a Kingfisher Airlines faliu. Mas “falta de dinheiro” não terá sido o motivo para Vijay Mallya ter deixado de pagar as dívidas: no mesmo ano em que a companhia aérea apresentou falência, a empresa britânica de bebidas Diageo pagou mais de 2,3 mil milhões de euros por uma participação de 55% na United Spirits, outra gigante do setor das bebidas, que Vijay Mallya também liderava.Entretanto, no mês passado, o empresário recebeu da Diageo mais 67 milhões de euros para abandonar o cargo de chairman. O anúncio foi motivo para que os bancos voltassem a ficar com esperança de reaver parte das dívidas da companhia aérea que ficaram por pagar. Na semana passada, 12 dos credores juntaram-se em consórcio, liderado pelo Banco Estatal da Índia, para pedir ao Supremo Tribunal indiano que impedisse Vijay Mallya de abandonar o país enquanto a questão não ficasse resolvida, alegando mesmo que têm direito ao dinheiro que a Diageo pagou ao empresário.
O pedido foi em vão: Vijay Mallya voou na semana passada para o Reino Unido, onde tem uma casa no condado de Hertfordshire. Uma viagem que, escreve o Financial Times, “envergonhou” o governo de Narendra Modi, que está sob pressão para apertar o cerco aos empreendedores responsáveis pelo cada vez maior problema que o sistema bancário enfrenta com o crédito malparado.
Na Índia, Vijay Mallya tem sido demonizado pelos meios de comunicação e é tido como a personificação do empresário irresponsável que vive no luxo, mesmo quando as suas empresas vão à falência. O magnata tem uma visão diferente. Por estes dias, Vijay Mallya vai lançando achas nas redes sociais, lembrando, por exemplo, os “patrões” do jornalismo dos “favores e alojamento” que providenciou “ao longo de vários anos e que estão documentados”. Sobre a “fuga” para o Reino Unido, também tem uma resposta: “Sou um homem de negócios internacional, viajo de e para a Índia frequentemente. Não fugi da Índia nem sou um fugitivo”, escreveu na sua conta do Twitter (Dinheiro Vivo)
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