Uma igreja italiana
anterior à fundação de Portugal acaba de reabrir ao público, em Roma, após
obras de restauro efetuadas ao longo de mais de 30 anos. Situada na base do
Palatino, uma das sete colinas da capital italiana onde outrora viveu o
imperador romano, a Basílica de Santa Maria Antiga está datada como tendo sido
construída no século VI, terá sido soterrada pelo terramoto de 847 e assim
manteve escondidos e conservados todos os seus tesouros dos primórdios do
Cristianismo. Redescoberta um milénio depois, por Giacomo Boni, em 1900, a
basílica reabre agora com “Santa Maria Antiga em Roma e Bizâncio”, uma
exposição com a curadoria partilhada de Maria Andaloro. “Esta igreja permaneceu
intacta. Mantém-se pura, mesmo hoje, ainda que muito danificada pela passagem
do tempo. Continua capaz de suscitar interesse, mas necessita também de um
estudo interpretativo contínuo”, defende Andaloro. Conhecida como “a capela
sistina” do início da Idade Média, a basílica integra diversos tesouros. Entre
eles, um quadro da Virgem Maria, transferido para outra igreja em Roma após o
terramoto, mas, agora, de volta à Basílica de Santa Maria Antiga. Para
coincidir com a reabertura, foi preparada também uma instalação com recurso a
tecnologia moderna, mostrando, por exemplo, o desenvolvimento da igreja ao
longo do tempo. “Com recurso a projeções 3D, procurámos integrar todas as fases
da igreja, tentando proporcionar ao público uma visualização em três dimensões
que permite percorrer a história e perceber, com a sobreposição dos vários
níveis e das pinturas, as diferentes intervenções efetuadas nas várias partes
da igreja”, explica Giulia Bordi, historiadora de arte medieval e também
curadora da exposição. As paredes da basílica revelam representações de santos
e mártires, da Virgem Maria e de rainhas, de papas e imperadores, numa tela
original escondida por mais de 1000 anos e agora à vista do público. A
exposição “Santa Maria Antiga em Roma e Bizâncio” pode ser visitada em Roma até
11 de setembro (Euronews)
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