Sally Faulkner diz
que os filhos foram roubados pelo marido, que foi para o Líbano. Após vários
pedidos ao governo australiano, petições e cartas, recorreu à equipa do
programa “60 minutes” para recuperar as crianças Mais de 12 mil quilómetros
separavam a australiana Sally Faulkner dos dois filhos, Lahela e Noah, com seis
e quatro anos. O pai terá pegado na crianças e fugido para o Líbano, de onde é
originário. “Este homem roubou os meus filhos e não vai enfrentar qualquer
castigo”, apelou a mãe por diversas vezes ao longo de dez meses. A mulher
colocou petições online, escreveu cartas e pediu auxilio ao governo da
Austrália. Sem ver nada a acontecer, recorreu ao programa “60 Minutes”. Agora,
as autoridades libanesas confirmaram a detenção de nove pessoas suspeitas de
estarem envolvidas no rapto das duas crianças, que terá acontecido na passada
quarta-feira em Beirute.
Quatro das nove
pessoas pertencem ao programa “60 Minutos” transmitido pela Nine Network. Segundo
a CNN, entre os detidos estão a mãe, a apresentadora, Tara Brown, o produtor,
Stephen Rice, o cameraman, Ben Williamson, e o técnico de som, David Ballment. “A equipa do 60 Minutes e Sally Faulkner estão
detidos na sequência de uma investigação que está a decorrer. Sabemos que podem
solicitar fiança, tendo em conta os procedimentos legais libaneses”, informou
um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros australiano, citado pelo
“The Australian”. “O governo está a disponibilizar toda a ajuda consular. No
entanto, não pode intervir nos procedimentos judiciais de outro país, tal como
não aceitaríamos que interviessem nos nossos procedimentos legais. Neste
momento ainda não há qualquer acusação”, acrescentou. Após Sally Faulkner ter
contactado a produção do programa, que aceitou contar a história, o grupo
viajou para Beirute na expectativa de filmar o reencontro entre a mãe e filhos.
A mulher assegurou que Lahela e Noah foram raptadas pelo pai, de nacionalidade
libanesa, Ali al Amin.
UMA VIAGEM APENAS
DE IDA
Segundos vários
órgãos de comunicação australianos, Sally Faulkner e Ali al Amin já estavam
separados há dois anos quando o pai propôs levar os dois filhos numas férias de
três semanas até ao Líbano. A viagem foi consentida, até porque o divórcio
teria sido amigável e não existiam problemas relativamente à custódia das
crianças. No dia o regresso, as duas crianças não voltaram. Desde então, as
comunicações entre mãe e filhos foram proibidas. Na petição online, Sally
Faulkner acusa o ex-marido de aterrorizar os filhos e diz que tee pela
segurança deles.
“Absurdamente, o
governo diz que o rapto de crianças por parte dos pais não é tecnicamente
criminalizado na Austrália, por isso não se incomodam em ajudar-me a
encontrá-los. Há meses que suplico a Julie Bishop [ministra dos Negócios
Estrangeiros australiana] que telefone para o governo libanês, mas a minha
resposta foi sempre o silêncio. Não consigo suportar. Preciso desesperadamente
que seja confirmada a segurança dos meus filhos. São dois cidadãos australianos
que estão em perigo numa zona de guerra”, lê-se na página. Por agora, nenhuma
das nove pessoas detidas foi acusada. No entanto, a imprensa libanesa, citada
pelos australianos, avança que as autoridades locais devem acusar pelo menos
sete dos detidos (Expresso)
Sem comentários:
Enviar um comentário