quinta-feira, 14 de abril de 2016

Equipa de televisão detida no Líbano por suspeita do rapto de duas crianças



Sally Faulkner diz que os filhos foram roubados pelo marido, que foi para o Líbano. Após vários pedidos ao governo australiano, petições e cartas, recorreu à equipa do programa “60 minutes” para recuperar as crianças Mais de 12 mil quilómetros separavam a australiana Sally Faulkner dos dois filhos, Lahela e Noah, com seis e quatro anos. O pai terá pegado na crianças e fugido para o Líbano, de onde é originário. “Este homem roubou os meus filhos e não vai enfrentar qualquer castigo”, apelou a mãe por diversas vezes ao longo de dez meses. A mulher colocou petições online, escreveu cartas e pediu auxilio ao governo da Austrália. Sem ver nada a acontecer, recorreu ao programa “60 Minutes”. Agora, as autoridades libanesas confirmaram a detenção de nove pessoas suspeitas de estarem envolvidas no rapto das duas crianças, que terá acontecido na passada quarta-feira em Beirute.

Quatro das nove pessoas pertencem ao programa “60 Minutos” transmitido pela Nine Network. Segundo a CNN, entre os detidos estão a mãe, a apresentadora, Tara Brown, o produtor, Stephen Rice, o cameraman, Ben Williamson, e o técnico de som, David Ballment.  “A equipa do 60 Minutes e Sally Faulkner estão detidos na sequência de uma investigação que está a decorrer. Sabemos que podem solicitar fiança, tendo em conta os procedimentos legais libaneses”, informou um porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros australiano, citado pelo “The Australian”. “O governo está a disponibilizar toda a ajuda consular. No entanto, não pode intervir nos procedimentos judiciais de outro país, tal como não aceitaríamos que interviessem nos nossos procedimentos legais. Neste momento ainda não há qualquer acusação”, acrescentou. Após Sally Faulkner ter contactado a produção do programa, que aceitou contar a história, o grupo viajou para Beirute na expectativa de filmar o reencontro entre a mãe e filhos. A mulher assegurou que Lahela e Noah foram raptadas pelo pai, de nacionalidade libanesa, Ali al Amin.
UMA VIAGEM APENAS DE IDA
Segundos vários órgãos de comunicação australianos, Sally Faulkner e Ali al Amin já estavam separados há dois anos quando o pai propôs levar os dois filhos numas férias de três semanas até ao Líbano. A viagem foi consentida, até porque o divórcio teria sido amigável e não existiam problemas relativamente à custódia das crianças. No dia o regresso, as duas crianças não voltaram. Desde então, as comunicações entre mãe e filhos foram proibidas. Na petição online, Sally Faulkner acusa o ex-marido de aterrorizar os filhos e diz que tee pela segurança deles.
“Absurdamente, o governo diz que o rapto de crianças por parte dos pais não é tecnicamente criminalizado na Austrália, por isso não se incomodam em ajudar-me a encontrá-los. Há meses que suplico a Julie Bishop [ministra dos Negócios Estrangeiros australiana] que telefone para o governo libanês, mas a minha resposta foi sempre o silêncio. Não consigo suportar. Preciso desesperadamente que seja confirmada a segurança dos meus filhos. São dois cidadãos australianos que estão em perigo numa zona de guerra”, lê-se na página. Por agora, nenhuma das nove pessoas detidas foi acusada. No entanto, a imprensa libanesa, citada pelos australianos, avança que as autoridades locais devem acusar pelo menos sete dos detidos (Expresso)

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