segunda-feira, 11 de maio de 2015

Chamadas de valor acrescentado. Acordos e jogadores compulsivos tiram milhões à SIC e TVI

"A SIC e a TVI perderam juntas, no primeiro trimestre de 2015 (em relação ao mesmo período de 2014), mais de sete milhões de euros de receitas das chamadas de valor acrescentado (os números 760...) para os concursos que fazem ao longo da programação, conta o semanário SOL. Nos relatórios entregues à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), ambas as empresas de televisão cotadas em bolsa referem que as perdas se deveram quer à auto-regulação (um acordo entre as estações que começou em Julho do ano passado), quer ao barramento de chamadas que alguns operadores de telecomunicações fizeram depois de não conseguirem cobrar dívidas avultadas de pessoas que se candidatavam compulsivamente aos concursos. O impacto da quebra nas chamadas fez com que a SIC tenha tido uma perda de receitas globais de 11,3% relativamente ao período homólogo de 2014. A descida explica-se “na sua quase totalidade pela performance das receitas associadas a concursos com participação telefónica”, lê-se no relatório de contas da Impresa (detentora da SIC) à CMVM. Assim, no primeiro trimestre de 2014, a SIC recebeu 11 milhões e 638 mil euros graças às chamadas dos telespectadores, enquanto este ano registou apenas 5,9 milhões de euros – uma perda de 49,5% neste tipo de receita. Já a TVI sofreu no primeiro trimestre deste ano uma queda de 12% nas receitas das chamadas para linhas de valor acrescentado, segundo o relatório de contas entregue pela Media Capital: de 13 milhões de euros passou para 11,5 milhões. No Verão do ano passado, após pressão da Deco e da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) para porem travão na forma descontrolada e “violadora da lei” como faziam repetidos apelos  aos telespectadores para telefonarem para os ‘760’ e receberem prémios, RTP, SIC e TVI assinaram um acordo de auto-regulação. Desde aí, só podem fazer cinco apelos por hora e os termos do concurso têm que ser bem esclarecidos. Por outro lado, algumas operadoras de telecomunicações, incapazes de cobrar as dívidas dos telespectadores mais incautos, criaram um barramento automático destes números para clientes que não provassem ter saldo. A Autoridade Nacional de Comunicações, que tutela o sector, considerou entretanto que esse barramento não é lícito, tendo deixado de existir desde Abril – facto registado com agrado nos relatórios de SIC e TVI. Refira-se, a propósito a importância destas receitas para as estações. Em 2013, ano em que não houve nenhuma restrição, SIC e TVI receberam com estas chamadas um total de 99,8 milhões de euros. A RTP não divulgou os números" (fonte: Jornal I)

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