Segundo a jornalista do Correio da Manhã, Débora Carvalho, "a promessa de dinheiro fácil está a atrair cada vez mais portugueses. O problema surge quando são aplicadas poupanças em investimentos que prometem elevados rendimentos. Regra geral, fica-se sem nada. Os esquemas piramidais, novas formas de burla tipo ‘Dona Branca’, fizeram disparar o número de queixas à Deco, associação de defesa do consumidor. No mais recente caso, o esquema da Get Easy, dirigido por portugueses e que atuava em Lisboa, Macau e Mónaco, prometia rentabilidades até 300%. A empresa está a ser investigada pela Judiciária. Só no ano passado, a Deco recebeu cerca de 150 reclamações e pedidos de informação, quase o dobro das 80 queixas do ano anterior. "O número de reclamações sobre potenciais esquemas de pirâmide financeira tem aumentado. A crise fez disparar este fenómeno. Há cada vez mais pessoas que procuram um rendimento extra e de fácil acesso", diz ao CM Ana Sofia Ferreira, da Deco. A jurista revela que as empresas usam agora esquemas mais sofisticados para atrair os clientes. "Antes, a informação era passada pelo ‘boca a boca’ e agora é feita na internet através da venda de falsos serviços. Se a rentabilidade oferecida é acima do normal, há que desconfiar." Há casos em que os clientes aplicam todas as poupanças neste tipo de negócio. À Deco, chegaram processos que envolvem um investimento de 500 mil euros. "Até agora, não recebi nenhum dinheiro. Sou cliente da Get Easy desde outubro. Investi 1200 euros. Ninguém atende o telefone nem responde aos emails", confessou ao Correio da Manhã um dos lesado neste mais recente esquema piramidal. Na lista de queixas que entraram na Deco, constam a Telexfree, a Get Easy, a Herbalife, a Goobets e a Wings. Clientes recebem 5% do investimento Ao fim de oito anos, os três ex-diretores da Afinsa foram condenados. Em Portugal, os consumidores já estão a receber 5% do montante investido, conforme decretado em 2013 pela Justiça espanhola. A Deco recebeu mais de 2700 processos individuais, que correspondiam a 68 milhões de euros de crédito reclamado. Quase 90% dos consumidores representados optaram por receber 5% do crédito reclamado. A Afinsa foi criada em 1980, em Madrid, pelo português Albertino de Figueiredo, e definia-se como um grupo empresarial no mercado de bens tangíveis – arte e filatelia – ao nível do colecionismo. Com filiais em Espanha, Portugal, França e Reino Unido, a empresa prometia lucros de 6% ao ano. A Afinsa não era considerada pela supervisão como instituição financeira, pelo que a lei não protegia o investimento em bens com existência física – neste caso, selos"
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